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O cantor e compositor Ozi dos Palmares, como seu próprio nome denuncia, é pernambucano da cidade localizada na zona da mata do estado. Em casa, começou a tomar gosto pela música, desde muito cedo, ouvindo os ensaios de clarinete que seu pai realizava, como integrante da Banda dos Ferroviários ou dedicando-se a escutar as canções transmitidas por uma velha radiola, se possível, ao longo de todo o dia.

 As influências que recebemos na infância e adolescência, provavelmente permanecerão intrínsecas por toda a vida adulta.

 Ozi cresceu e viveu cercado da diversidade e da riqueza cultural presente na sua Palmares, celeiro de grandes nomes como o poeta Ascenso Ferreira, do escritor Hermilo Borba Filho e do artista plástico Darel Valença.

 Manifestações populares comumente desfilavam pelas ruas através de maracatus, cirandas, blocos, caboculinhos, cantadores, emboladores e repentistas de ruas e feiras livres.

 Nesse fervilhar de poesias, artes plásticas, teatro, música e manifestações folclóricas aflorou no então menino, um apelo à inteligência musical.

 A partir de então, o músico já existente em Ozi, tocou em caixotes e latas improvisadas. Cresceu, pesquisou, conviveu com múltiplos estilos e hoje traça seu próprio caminho com originalidade. Seu trabalho revela a musicalidade que o surpreendeu na infância e na juventude, construída com um enorme sentimento de amor à terra, sempre presente em suas composições e em sua maneira ímpar de executar e interpretar uma canção.

A riqueza de sons e as dificuldades do Nordeste fizeram com que Ozi não fugisse à regra da inventividade e da criatividade humanas. Ele consegue fazer fluir sons interessantes de sua garganta, solando músicas com a voz, como se ela fosse um instrumento. É um trabalho inédito na música brasileira, explorando ritmos diversos.

 

                  Em evidência o Arrelique - 4º CD de Ozi dos Palmares 

                                                    

Arrelique, título do meu mais recente CD, remete-me à memória da infância quando ouvia minha mãe, Dona Judith, em conversa com suas amigas, receitar um chá ou um remédio para a cura de algum mal-estar, enfatizando – “É um arrelique”, ou seja, um remédio de efeito imediato.

Vinte composições estão presentes neste projeto, seis delas, instrumentais.

Alguns parceiros, gratas descobertas musicais, estão comigo neste trabalho: Xico Bizerra, assina as letras de ‘Embuá, Réstia e Arrelique’, em ‘Veredas Sertanejas e Pé de fulô’ a bem-vinda parceria com Rodrigues Lima. Geraldo Anísio, deixa sua marca na letra de ‘São João do Sabugi’. A faixa instrumental, ‘Toinho do Clarinete’, em homenagem a meu querido pai, é minha e do músico e parceiro, Leandro Corrêa. Reverencio a memória de Eron de Oliveira e sua poesia em ‘Esporopoteca’ e por fim, a agradável surpresa por reencontrar meu conterrâneo e amigo da adolescência, Maurício Mello Junior, em ‘Caçuá e Poesia’.

Não bastasse tantos encontros musicais cultivados com muito carinho, o CD ainda se completa com o talento do artista plástico, Sebastiao Lima que, revestindo-se das temáticas musicais e poéticas, assina toda a arte do Arrelique e em companhia de Lery Festa elaborou o projeto gráfico.

Carinhosamente e pra minha imensa alegria, pessoas as quais respeito e admiro, deixaram seus depoimentos que agregam valor inestimável ao meu trabalho musical.

A apresentação do CD, é do Jornalista e escritor Maurício Melo Júnior:

 “Havia um sonho, ou talvez somente o desejo de fazer música.

Todos os sons se misturavam – desde o rock da vitrola do vizinho até os xotes do alto-falante da Rádio Cultura. Nada nos era estranho, embora fôssemos filhos da musicalidade nordestina renovada – Quinteto Violado, Fagner, Alceu Valença, Orquestra Armorial –, daquela explosão de possibilidades sonoras, um caudal vigoroso e vivo a nos revelar os infinitos caminhos daquela cultura prenhe de universalidade.

Daquele batalhão de nefelibatas se destacou Ozi. Era quem melhor se disciplinava diante das exigências da profissão do encanto. Herdeiro de tudo que se ouvia pelas ruas anárquicas de Palmares, mostra em cada novo trabalho, como neste seu quarto CD Arrelique, a fortaleza que começou a construir em tempo idos.

Havia um sonho, é verdade, que hoje se traduz na concretude de uma música forte e límpida, a música de Ozi, legado maior de toda uma geração de sonhadores. ”

Carinho incondicional a artistas brasileiros do meu querido chão, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Naná Vasconcelos, Veludo e Rabeca, está explícito no meu “Arrelique! ”

                                                                                Depoimentos descritos no CD

 

                                                                                                                                               “Ser parceiro de Ozi é dividir o bem com o bom”

                                                                                                                                                                                                Xico Bizerra – Poeta.

                                   “Ozi traz no seu viver a música, compondo canções iluminadas e mantendo a chama viva da nossa cultura. ”

                                                                                                                                               Adelson Viana – Músico/arranjador/produtor.

        “Acho Ozi, um artista de um talento incrível e raro de se vê. O domínio de seu canto, seus arranjos e suas composições nos         orgulham pela dignidade em não perder o espírito do seu povo, está sempre presente em sua música e em sua arte, a alma                                                                                                         Pernambucana, Nordestina, Brasileira! Um viva a Ozi dos Palmares. ”

                                                                                                                                                                                                            Maestro Spok .

"Oriundo das terras pernambucanas, o cantor e compositor Ozi dos Palmares delineia sua estrada  com muitos matizes, que vão dos caboculinhos de Rabeca – resgate cultural de sua terra – ao heterogêneo encontro com as variantes do blues.

Um sincretismo usual capaz de delinear sua miscigenação: há muito da Espanha, da Turquia, do Brasil, da África, dos países balcânicos e não menos, da América, principalmente do Sul. Uma salada a partir da Tábua de Esmeralda até o sectarismo do Frei Damião Bozzano, tendo entre tal parâmetro uma diversidade inconcebível. É sem dúvida uma fonte

de imagens díspares e, por conseguinte análogas no caldeirão criativo do seu sotaque.

Genuíno, apesar de pós-moderno, se enraíza na Feira de Caruaru com Zé Conde, Vitalino e tudo dali.

O compromisso com seu tempo e a sua terra contempla Ozi duma incandescência capaz de irisar o seu canto e

a sua poética em canções salutares tão próprias ao paladar do coração." Luiz Alberto Machado, escritor e jornalista.

 

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